Família de fotógrafo brasileiro encontrado morto na França espera há dois meses pela cremação e traslado das cinzas
18/03/2025
(Foto: Reprodução) Cremação, que ocorrerá na França, chegou a ser marcada para o dia 13 deste mês, mas foi remarcada para o dia 25. Após o trâmite, será feito o traslado das cinzas, ocasião em que a família fará uma cerimônia de despedida em Candeias, onde o rapaz nasceu. Corpo de fotógrafo brasileiro é encontrado em Paris
A família de Flávio de Castro Sousa, fotógrafo mineiro encontrado morto em Paris em janeiro, ainda aguarda a cremação do corpo e o traslado das cinzas para o Brasil. A cremação, que inicialmente aconteceria no dia 13 de março, foi adiada para o dia 25 pela funerária francesa sem justificativa detalhada, segundo os familiares.
A demora tem causado frustração à família, que espera a chegada das cinzas em Belo Horizonte antes da cerimônia de despedida em Candeias, no Centro-Oeste de Minas, cidade natal de Flávio.
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Em entrevista ao g1, a tia de Flávio, Helena Maria de Castro, compartilhou a dor e a impotência por não ter respostas claras sobre o processo de cremação e o traslado das cinzas há dois meses.
"Tudo muito difícil, né? Eles tinham marcado a cremação para o dia 13. Graças a Deus, minha irmã [mãe de Flávio] já resolveu lá, pagou a cremação, tudo acertado, direitinho. Aí veio um comunicado [do Consulado-Geral do Brasil em Paris] repassando a informação para o advogado dela de que a cremação seria no dia 13. Mas, em seguida, veio outro comunicado falando que foi adiado para o dia 25. Não explicaram o porquê, só que a funerária pediu uma nova data. Agora a gente espera que, dessa vez, aconteça", disse.
Ainda segundo Helena, após a cremação no Cemitério do Père-Lachaise, em Paris, as cinzas de Flávio serão entregues em Belo Horizonte, e então levadas para o túmulo da família em Candeias. Ela não soube informar com detalhes sobre quem fará essa entrega, nem de que forma será feita.
O g1 entrou em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Paris para esclarecer os trâmites da cremação e o andamento das investigações. A equipe consular informou que responderia aos questionamentos em breve.
Flávio de Castro Sousa, de 37 anos, encontrado morto em Paris
Arquivo Pessoal
Pertences de Flávio
Segundo Helena, a família ainda não conseguiu ter acesso aos pertences pessoais do fotógrafo. Alguns itens — como relógio, brinco, cordão, celular e notebook — foram enviados pelo correio, mas o celular continua bloqueado, impossibilitando o acesso a informações que poderiam ajudar a entender os últimos momentos de Flávio na França.
"Não sabemos como proceder para desbloquear esse material", comentou Helena.
Os familiares de Flávio também aguardam mais detalhes sobre as investigações da polícia francesa, já que, até o momento, não há uma conclusão oficial sobre as circunstâncias da morte.
"Nesse momento queremos nos despedir dele com dignidade. Em seguida, queremos ter acesso ao inquérito, ver como foram conduzidas as investigações, pois não temos a menor noção do que causou a morte do Flávio", finalizou Helena.
Relembre o desaparecimento de Flávio Castro
O fotógrafo desapareceu em 26 de novembro de 2024, data em que voltaria para o Brasil. Ele foi visto pela última vez em um apartamento alugado na Rue des Reculettes, em Paris.
Apesar de ter feito o check-in no voo de retorno, ele não embarcou. Um amigo recebeu a informação de que Flávio havia sofrido um acidente no Rio Sena e recebido atendimento médico no Hôpital Européen Georges-Pompidou no mesmo dia.
Após ser liberado, ele tentou estender sua estadia e voltou ao apartamento alugado, mas não deu mais notícias.
Depois disso, a mãe de Flávio começou a ligar insistentemente para o celular dele e, na madrugada do dia 28, um funcionário de um restaurante atendeu. Ele não falava português e passou a ligação para um colega brasileiro, que explicou que encontraram o aparelho em um vaso de plantas no início da manhã do dia 27, na porta do estabelecimento.
Em 2 de dezembro, a polícia de Paris fez buscas em necrotérios e hospitais, inclusive psiquiátricos, à procura do fotógrafo. No dia seguinte, um adido da Polícia Federal brasileira na França abriu as bagagens dele.
Em 4 de dezembro de 2024, Flávio foi incluído na Difusão Amarela. A lista contém nomes de pessoas desaparecidas ao redor do mundo e emite um alerta para as forças policiais dos países membros da organização internacional.
No dia 4 de janeiro, o corpo do fotógrafo foi encontrado no Rio Sena. A polícia francesa trabalha com a hipótese de afogamento, sem sinais de violência, mas ainda não há detalhes sobre como isso aconteceu.
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